Cyndi Lauper, New Order e Culture Club juntos em coletânea anos 80
Nenhum revival foi mais duradouro do que o dos anos 1980. Desde a virada da década passada até o presente momento, ele vem acontecendo com maior ou menor intensidade e continua rendendo livros, shows, discos, filmes e o que mais for possível espremer e faturar em cima. Por isso, não é surpresa a chegada do segundo volume da coletânea — com quatro CDs, com 56 faixas (!) — “Anos 80” (Som Livre).
Porque o que não falta é pop/rock conhecido lançado naquela década, e também de nomes mais obscuros, que volta e meia saem da toca para turnês especiais (lá fora) ou shows em festas trash do tipo Ploc (aqui). Contudo, coletâneas como esta (só com artistas internacionais) podem poupar o tempo do saudosista na internet, porque dá um certo trabalho reunir o que está lá: tem hits óbvios como “Girls just want to have fun”, de Cyndi Lauper; “Dancing with myself”, de Billy Idol; “Karma chameleon”, do Culture Club; “True”, do Spandau Ballet; e “Blue monday”, do NewOrder, que tocam quase toda noite em programas radiofônicos de flashback.
E também faixas menos lembradas, como a versão original em alemão de “Major Tom” (que é uma resposta ao clássico “Space oddity”, de David Bowie), de Peter Schilling; ou “Sunshine reggae”, da dupla dinamarquesa Laid Back. É curioso notar que, embora haja muitas faixas de artistas americanos, o clima de anos 80 no Brasil foi ditado mais pelas bandas européias, sobretudo britânicas, porque foi de lá que veio uma new wave com muito mais desdobramentos, incluindo bandas mais originais em seus estilos musicais (Smiths, Cure, New Order, todos na coletânea).
Ainda têm vez muitas músicas que pegara maqui através das trilhas sonoras de filmes, como “Maniac”, de Michael Sembello (de “Flashdance”), ou o indefectível tema “Axel F”, criado por Harold Faltermeyer, para o sucesso de Eddie Murphy “Um tira da pesada”, que voltou recentemente num remix do Crazy Frog. Mas não adianta procurar aqui por faixas de nomes como Madonna e U2, porque esses, como são medalhões, não liberam as suas músicas para qualquer compilação ou então, cobram tão caro pela faixa que não vale a pena.
Fonte :Diario do para