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Cyndi Lauper no Estado de São Paulo


Nos anos 80 e 90, seria impensável essa transformação: Cyndi Lauper, ideóloga da corrente "garotas só querem se divertir", passava a léguas de distância do som "roots". Era pop até a raiz colorida dos cabelos.

Mas, num momento em que todas parecem forjadas na mesma matriz (Lady GaGa, Christina Aguilera, Kesha, Nelly Furtado), eis que ela faz o gesto mais ousado de sua carreira: ajudada por gigantes do blues (B. B. King, Charlie Musslewhite, Jonny Lang, Allen Toussaint) grava um disco tingido pela lama do Mississippi.

Só de blues. Em Memphis Blues (Lab 344), ela projeta sua voz gritada, de hedonismo urbano, sobre clássicos do blues, como Crossroads, Early in the Morning (com B. B. King no luxuoso apoio vocal) e How Blue Can You Get?.

Sua estridência às vezes pode parecer desconfortável, como na faixa de abertura, Just Your Fool. Mas não é que a combinação funciona? A instrumentação, como a guitarra com som de taquara em Crossroads, é fina.

Matéria por: JOTABÊ MEDEIROS

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